Parkinson e qualidade de vida: o papel da cirurgia
Postado em: 02/12/2024
A Doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que pode causar sintomas como tremores, rigidez muscular e lentidão de movimentos, entre outros sintomas motores e não-motores.
Embora o tratamento medicamentoso seja a primeira linha de manejo, a cirurgia tem se mostrado uma opção eficaz para casos específicos, especialmente quando os sintomas não são mais controlados adequadamente com medicamentos.
No conteúdo de hoje vou trazer considerações sobre quando a cirurgia para Parkinson costuma ser considerada. Continue a leitura para saber mais!
A evolução do tratamento para Parkinson
Nas primeiras fases da doença, os medicamentos, como a levodopa e os agonistas dopaminérgicos, são altamente eficazes em controlar os sintomas.
No entanto, com o tempo, muitos pacientes desenvolvem flutuações motoras e discinesias (movimentos involuntários), que podem comprometer a resposta ao tratamento. Além disso, o paciente necessita cada vez mais de doses mais altas para o controle dos sintomas, necessitando as vezes associar várias medicações, aumentando os efeitos colaterais. Pacientes muito sensíveis a medicações muitas vezes não conseguem fazer uso de doses adequadas para o controle dos sintomas.
Nessas situações, a cirurgia para “Parkinson“ pode ser indicada como uma forma de melhorar os sintomas motores e proporcionar maior estabilidade no dia a dia.
Cirurgia no Parkinson: como funciona?
O principal procedimento cirúrgico para o tratamento do Parkinson é a estimulação cerebral profunda (DBS – Deep Brain Stimulation).
Trata-se de uma técnica minimamente invasiva, na qual eletrodos são implantados em áreas específicas do cérebro, como o núcleo subtalâmico ou o globo pálido interno.
Esses eletrodos são conectados a um gerador de pulsos, semelhante a um marcapasso, que emite estímulos elétricos para regular os circuitos cerebrais afetados pela doença.
O DBS não é uma cura para o Parkinson, mas uma ferramenta poderosa para controlar os sintomas motores, reduzir a necessidade de medicamentos e minimizar os efeitos colaterais associados ao tratamento farmacológico.
Quem pode se beneficiar da cirurgia?
Nem todos os pacientes com Parkinson são candidatos à cirurgia.Existem diversos critérios de inclusão e exclusão para a cirurgia. Geralmente, o DBS é indicado para aqueles que:
- Possuem diagnóstico confirmado de Parkinson.
- Enfrentam flutuações motoras ou discinesias graves.
- Têm boa resposta inicial à levodopa, mas com redução da eficácia ao longo do tempo.
- Não apresentam contraindicações, como demência avançada ou doenças psiquiátricas importantes não controladas.
A indicação cuidadosa dos pacientes é essencial para garantir os melhores resultados.
Também é preciso averiguar se existem riscos de acordo com particularidades de cada paciente.
Impacto da cirurgia na qualidade de vida
Quando indicada nos casos certos, o DBS pode trazer contribuições significativas para a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando, por exemplo:
- Maior controle dos sintomas motores: Redução de tremores, rigidez e lentidão.
- Estabilidade no tratamento: Menos flutuações motoras e discinesias.
- Diminuição da dependência de medicamentos: Menor necessidade de altas doses de levodopa e redução de seus efeitos colaterais.
Embora a cirurgia não interrompa a progressão do Parkinson, ela pode ser benéfica para a vida dos pacientes, especialmente daqueles em estágios intermediários a avançados da doença.
O papel da cirurgia, em especial a estimulação cerebral profunda, é interessante no manejo de casos de Parkinson refratários ao tratamento medicamentoso. Essa intervenção pode trazer diferentes contribuições, devendo sempre ser realizada por um Neurocirurgião funcional.
Convido você a visitar meu site para mais informações. Se deseja agendar um horário, entre em contato por aqui!
Dr. Vítor Hugo Pereira
Neurocirurgião Funcional – Especialista em Dor
CRM-AL: 6520
RQE: 4539 / 4744
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