Distonias e qualidade de vida: Como melhorar seu dia a dia

Postado em: 18/11/2024

Distonias e qualidade de vida Como melhorar seu dia a dia

As Distonias, caracterizadas por contrações musculares sustentadas ou intermitentes e posturas incomuns podem dificultar até mesmo as atividades mais simples do cotidiano. No entanto, existem tratamentos capazes de aliviar os sintomas e ajudar a recuperar a autonomia.

Neste texto, vou compartilhar informações sobre como enfrentar essa condição, retomar suas tarefas com mais conforto e melhorar sua qualidade de vida. Continue lendo para descobrir as opções de tratamento que podem transformar sua rotina!

Compreendendo as opções de tratamento para distonia

O correto tratamento da distonia depende de vários fatores, como o tipo, a gravidade dos sintomas, as áreas do corpo afetadas e as possíveis origens identificadas durante o diagnóstico.

Algumas causas são mais simples de tratar do que outras. Por exemplo, se uma distonia provocada por um medicamento como efeito colateral, parar de tomar essa medicação pode trazer alívio imediato.

Além disso, terapias de reabilitação costumam ajudar pessoas com distonia associada a tarefas específicas ou que afetam a mobilidade, a fala ou atividades diárias.

Quando os medicamentos ou as terapias convencionais não aliviam os sintomas de forma satisfatória, procedimentos avançados, como cirurgias de neuromodulação, como o implante de DBS,  podem alterar a atividade nervosa e restaurar funções.

Medicamentos para distonia

Medicamentos geralmente são a primeira abordagem para gerenciar os sintomas da distonia. É importante lembrar que você pode levar meses para encontrar a dose ideal.

A seguir, algumas medicações utilizadas no tratamento das distonias:

  • Carbidopa-levodopa: aumenta os níveis de dopamina no cérebro e é eficaz em tipos raros de distonia causada por deficiência de dopamina. É amplamente utilizado também no tratamento da doença de Parkinson, que pode estar associada à distonia;
  • Deutetrabenazina e tetrabenazina: reduzem os níveis de dopamina no cérebro, ajudando a controlar movimentos excessivos e involuntários. Esses medicamentos são úteis para pacientes com doença de Huntington e algumas formas de distonia;
  • Triexifenidil: medicamento que bloqueia a atividade do neurotransmissor acetilcolina no cérebro;
  • Injeções de toxina botulínica: são a escolha mais eficaz para distonias focais e segmentares. Essas injeções de toxina botulínica bloqueiam a comunicação entre nervos e músculos, diminuindo ou eliminando espasmos musculares localizados, como pescoço, rosto ou cordas vocais. As aplicações precisam ser repetidas a cada três ou quatro meses;
  • Baclofen: relaxante muscular que reduz espasmos. É útil em distonias que começam na infância ou que ocorrem junto com espasticidade (rigidez muscular);
  • Clonazepam e diazepam: ajudam a controlar movimentos involuntários e contrações musculares desconfortáveis. Reduzem ainda a ansiedade, que muitas vezes agrava a distonia.

Terapias para reabilitação

A distonia pode impactar a postura, a comunicação e a realização de tarefas diárias. Por isso, as terapias de reabilitação desempenham um papel fundamental para melhorar ou manter a progressão e o controle dos movimentos.

  • Fisioterapia: utiliza alongamentos, massagens terapêuticas e exercícios específicos para reduzir a dor e a tensão muscular. Esses recursos ajudam a melhorar a mobilidade funcional e a postura. Além disso, os fisioterapeutas podem ensinar truques sensoriais, como tocar áreas específicas do corpo, para interromper momentaneamente os espasmos musculares;
  • Terapia ocupacional: auxilia na realização de atividades do dia a dia, como caminhar, vestir-se, tomar banho e se alimentar. Os terapeutas ocupacionais podem recomendar dispositivos de assistência que facilitem essas tarefas;
  • Fonoaudiologia: indicada para melhorar a comunicação, caso a distonia afete as cordas vocais. Os fonoaudiólogos podem propor também exercícios que coordenem os músculos envolvidos na deglutição, se necessário.

Cirurgia para distonia

Infelizmente na maioria dos casos apenas com as medicações não se tem uma boa resposta. Quando medicamentos e terapias não controlam de forma satisfatória os sintomas, a cirurgia pode ser uma opção.

As opções cirúrgicas incluem:Estimulação cerebral profunda (DBS): com o uso de um dispositivo médico implantado, a estimulação elétrica ajusta a atividade cerebral na região responsável pelos sintomas da distonia. A cirurgia de DBS é mais eficaz em casos de sintomas generalizados que afetam ambos os lados do corpo, mas pode ser usada para distonias localizadas em segmentos específicos. O alvo do implante são estruturas cerebrais profundas, principalmente uma região que faz parte dos núcleos basais chamada Globo Pálido Interno (GPi);

Cirurgia para distonia
  • Bomba de baclofeno: consiste num dispositivo implantado abaixo do tecido subcutâneo do paciente que bombeia o relaxante muscular (o baclofeno) diretamente para a região ao redor da medula espinhal. Essa opção é indicada em casos bem específicos, geralmente em casos de distonia espástica. A medicação em contato com a medula tem a vantagem de ser muito mais potente que a mesma dose por via oral e provocar menos efeitos colaterais.
Bomba de baclofeno

Em resumo, as distonias podem afetar significativamente o dia a dia, mas com um diagnóstico preciso e tratamentos personalizados, é possível aliviar os sintomas e recuperar a qualidade de vida. Se algum conhecido ou familiar sofre de distonia, traga-o para realizar uma avaliação.

Conviver com a distonia pode ser desafiador, mas há caminhos para melhorar sua qualidade de vida. Marque uma consulta comigo e juntos encontraremos as melhores soluções para o seu bem-estar!

Dr. Vítor Hugo Pereira
Neurocirurgião Funcional – Especialista em Dor
CRM-AL: 6520
RQE: 4539 / 4744

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