Antes de decidir: O que saber sobre a Cirurgia de Parkinson
Postado em: 06/01/2025
A doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora o tratamento medicamentoso seja a base inicial da terapia, há casos em que os sintomas motores deixam de responder adequadamente às medicações. Nesse contexto, a Cirurgia de Parkinson, na qual é utilizada a técnica de implantes de eletrodos para estimulação cerebral profunda (DBS), surge como uma alternativa promissora.
Decidir por uma cirurgia é um passo importante e exige conhecimento sobre o procedimento, suas indicações, benefícios e riscos.
Neste artigo, explico os principais pontos que você precisa saber antes de considerar essa intervenção.
Continue a leitura para saber mais!
Como funciona a cirurgia de Parkinson?
A “Cirurgia de Parkinson“ utiliza uma técnica chamada estimulação cerebral profunda (Deep Brain Stimulation, ou DBS).
Esse procedimento consiste na implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conectados a um gerador que emite impulsos elétricos.
Esses impulsos regulam a atividade cerebral anormal causada pela doença, ajudando a reduzir os sintomas motores, como tremores, rigidez muscular e lentidão de movimentos.
A cirurgia não cura o Parkinson, mas é eficaz no controle de sintomas quando o tratamento clínico atinge seus limites.
Para quem é indicada a cirurgia de Parkinson?
Nem todos os pacientes com Parkinson são candidatos à estimulação cerebral profunda.
A decisão é baseada em critérios específicos de inclusão e exclusão, assim como critérios clínicos. Alguns fatores importantes incluem:
- Estágio da doença: muitas vezes mais indicada para pacientes que estão na fase intermediária ou avançada, mas que ainda apresentam boa resposta inicial aos medicamentos.
- Idade: pacientes geralmente abaixo de 70 anos são preferidos, embora essa não seja uma regra fixa.
- Perfil de sintomas: indicada principalmente para sintomas motores incapacitantes, como tremores intensos e rigidez severa.
- Saúde geral: a cirurgia requer que o paciente esteja em boas condições clínicas para suportar o procedimento e a recuperação.
O que considerar antes de decidir?
Decidir pela cirurgia de Parkinson envolve compreender vários aspectos que vão além do procedimento em si.
Confira os pontos mais relevantes que devem ser avaliados:
- Riscos do procedimento: como qualquer cirurgia, o implante dos eletrodos e gerador para DBS apresenta riscos, como infecção, hemorragia cerebral e efeitos colaterais cognitivos ou emocionais. Converse com o especialista sobre a porcentagem desses riscos no seu caso para ter mais clareza e tranquilidade, pois muitas vezes os índices são baixos.
- Benefícios esperados: a redução de sintomas motores pode ser significativa, mas é importante entender que a cirurgia não elimina a necessidade de medicamentos.
- Adaptação do gerador: após a cirurgia, é necessário ajustar os parâmetros de estimulação, o que pode levar tempo até alcançar os resultados ideais.
- Manutenção a longo prazo: os geradores possuem baterias que precisam ser substituídas periodicamente, o que exige acompanhamento contínuo.
A cirurgia de Parkinson é uma ferramenta valiosa para muitos pacientes, mas deve ser considerada com cuidado. Avaliar benefícios e riscos, discutir com um neurocirurgião funcional experiente e contar com uma equipe multidisciplinar são passos essenciais nesse processo.
Se você quer saber mais sobre o procedimento, agende uma consulta e venha conversar! Estou à disposição para tirar suas dúvidas e proceder com o que há de melhor para o seu caso.
Dr. Vítor Hugo Pereira
Neurocirurgião Funcional – Especialista em Dor
CRM-AL: 6520
RQE: 4539 / 4744
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